12 de abr. de 2007

uma calcinha branca e um suco de laranja

De tão discutidos, alguns assuntos acabam se esgotando com o tempo.
E pra dificultar minha situação, resolvi escrever logo sobre o assunto mais esgotado de todos os tempos: casamento.
Não importa a quantos desses você já tenha ido na vida,
têm coisas que simplesmente não mudam.
A senhora que se emociona lembrando do seu casamento.
A mocinha que se desespera achando que o seu nunca vai chegar.
A mãe da noiva que não entende o que sua filha viu naquele rapaz.
A daminha de honra que não sabe muito bem o que ta acontecendo,
mas sabe bem que precisa caminhar o tempo todo com a cabeça erguida.
O cara da câmera que depois de filmar 60 cerimônias,
não consegue mais se emocionar com nenhuma.
Sem falar naquela sensação angustiante de que um dos noivos vai dizer “não”
ou que alguém vai tropeçar e causar um desastre fantástico.
Quando isso não acontece, só nos resta ocupar a cabeça com alguma coisa.
E foi assim que me peguei pensando num troço meio difícil de falar.
Tomo um pouco de coragem e lá vai: Eu quero me casar.
Pronto, ta dito. Agora não volto atrás.
Quero me casar por um motivo que foge um pouco dos padrões convencionais. Quero me casar para ter o prazer de acordar ao lado de alguém que eu ame.
As pessoas estão preocupadas demais em se deitar com seus parceiros.
Fazem de tudo para que a noite seja o momento quente do relacionamento.
Mas é aí que elas se enganam, todas elas.
O segredo não está no início da noite. Está no fim dela.
O que eu vou dizer agora pode soar meio doentio para algumas pessoas,
mas nada, se compara a beleza de uma mulher que acaba de acordar.
A cara ainda inchada, os olhos apertados, o cabelo despenteado, até a pequena remela no canto do olho ajuda a compor o quadro. Tudo é perfeito.
É de manhã que a mulher está mais vulnerável, mais necessitada de proteção.
Despida de sua maquiagem, da sua armadura, de seu jogo de sedução.
É quando os segredos são revelados e os compromissos são selados.
É quando as conversas são sinceras e os gestos são naturais.
Pela manhã, não existe falsidade.
Sim, porque a noite é pecadora, mas a manhã é inocente.
E quando essa inocência vira sensualidade, aí a coisa vai longe.
Porque não existe convite melhor para o amor do que uma voz rouca e uma brecha de luz atravessando a cortina.
Fico imaginando a felicidade do príncipe ao ver a bela adormecida acordar depois de tanto tempo de sono.
Eita que coisa bonita.
Quer saber, preciso me casar imediatamente.
E na noite da lua de mel, vou fazer questão de dormir logo.
Pra ver se o dia amanhece mais rápido.